“Passado algum tempo, Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe: “Abraão! ” Ele respondeu: “Eis-me aqui”.
Então disse Deus: “Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei”. Gênesis 22:1,2.
(Abraão obedece a Deus e caminha com Isaque em direção a Moriá)
Abraão nasceu aproximadamente 1780 anos antes de Jesus Cristo vir a terra e nesta época, dezoito séculos antes do nascimento de Jesus Cristo ele era o patriarca que conduzia o povo de Israel, conforme os relatos bíblicos no livro de Gênesis.
Abraão confiava totalmente em Deus, sem reservas, sem colocar barreiras.
Quando Deus colocou Abraão à prova, pedindo para Abraão sacrificar em holocausto seu único filho Isaque, Abraão poderia ter questionado Deus, dizendo que aquilo não estava certo, já que Deus permitiu que Abraão e sua esposa Sara tivessem gerado Isaque em idade avançada, e isto com certeza era o milagre que este patriarca da fé teria recebido para se cumprir as promessas feitas no capítulo 12 do livro de Gênesis, quando Deus disse para Abraão que ele seria pai de uma nação populosa (“Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.”Gênesis 12:2).
Porém Abraão não negociou a ordem que Deus lhe deu, simplesmente obedeceu ao Criador, porque sabia que Deus (que ele e sua família adoravam) era o Senhor da Vida e então eles desejavam apenas agradar a Deus, respeitando suas decisões, sem questioná-lo.
Existiam diversos tipos de sacrifícios judaicos, este que Deus pediu para Abraão, chamado de holocausto, era diferenciado e considerado completo, pelo fato da vítima ser sacrificada (morta sobre o altar) e depois todo o corpo do animal sacrificado é queimado, ou seja, a oferta é totalmente consumida no altar pelo fogo com o objetivo de exprimir toda a submissão de quem faz a oferta, considerando o domínio absoluto de Deus sobre sua vida. Existiam alguns animais que poderiam ser oferecidos como holocausto, a saber: o bezerro, o touro, o cordeiro, o bode, a rola adulta e o pombo. Para cada tipo de animal existia uma orientação de Deus, com relação a idade do mesmo, para poder ser aceito para sacrifício.
Abraão então cumpriu rigorosamente aquilo que Deus lhe pediu e após ter chegado ao Monte Moriá, preparou o local do sacrifício, preparou o altar, da mesma forma que eram feitos os sacrifícios de cordeiros, mas amarrou seu filho Isaque, colocou-o no altar, sobre a lenha e aí como era costume judaico, aconteceria o sacrifício para Deus, a oferta de sacrifício seria morta por uma faca, seu sangue jorraria sobre o altar e se colocaria fogo, queimando totalmente a oferta para Deus.
Aqui na história de obediência e fé de Abraão o holocausto foi seu único filho Isaque e Abraão após preparar o local, o altar, amarrar seu filho que seria imolado e colocá-lo sobre a lenha, no momento que iria cumprir a ordem de Deus, um anjo lhe apareceu e o impediu de sacrificar seu filho e lhe apareceu um carneiro preso e Abraão o sacrificou no lugar de seu filho. A Bíblia nos informa que Abraão deu aquele lugar, o nome de “O Senhor proverá”, porque Deus proveu um cordeiro no lugar de seu filho que seria sacrificado, vejamos o texto bíblico: “Abraão deu àquele lugar o nome de “O Senhor proverá”. Por isso até hoje se diz: “No monte do Senhor se proverá”. Gênesis 22:14
(Abraão oferece o carneiro dado por Deus e o sacrifica)
Nestes tempos que vivemos de incredulidade, de ateísmo em que o mundo se comporta como se Deus não existisse, certamente será um ato de fé proclamarmos que obedecemos Deus de forma irrestrita, sem impormos condições para Deus, mas aceitando em nossas vidas a vontade de Deus sobre nós.
Aplicação Prática:
Amamos a Deus, porque Deus nos amou primeiro, nos dando condições de termos plena comunhão com o Criador, quando cremos na obra de Jesus Cristo, realizada em nosso favor (de forma substitutiva), na Cruz do Calvário.
Quando compreendemos o significado do sacrifício de Jesus Cristo, o filho unigênito do Criador, que veio aqui na terra morrer em nosso lugar, certamente teremos aberto as portas do nosso coração para a plena comunhão com o Eterno, para podermos então ter a mesma intimidade com Ele, assim, como Abraão teve nestes tempos longínquos, nestes primeiros tempos do povo de Israel.
Da mesma forma que Abraão obedecia a Deus, nós também, conhecendo o sacrifício realizado por Jesus Cristo em nosso lugar, teremos vontade de proclamar que fomos transformados por Cristo, pela sua vida que agirá em nossos corações e desejaremos ser seus discípulos, seus seguidores enquanto estivermos aqui na terra.
Abraão é um bom exemplo para nós hoje, para entendermos que a nossa fé caminha em conjunto com nossa obediência a Deus. A Bíblia nos ensina que o justo viverá pela fé e que se não tivermos fé não poderemos agradar a Deus, mas vemos claramente em alguns textos bíblicos, a importância de obedecermos a Deus.
O apóstolo Paulo mostra claramente esta co-relação entre fé e obediência, quando menciona no texto a igreja de Roma: “Não me atrevo a falar de nada, exceto daquilo que Cristo realizou por meu intermédio em palavra e em ação, a fim de levar os gentios a obedecerem a Deus“ Romanos 15:18.
Também vemos nos evangelhos, o próprio Senhor Jesus Cristo nos exortando para uma vida de obediência:
“Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos.” João 14:15.
Então, não obedeceremos a Deus, porque desejamos algo em troca. Hoje, presenciamos atônitos, em muitos lugares ditos “religiosos”, a chamada teologia da prosperidade, onde você é incentivado a dar seus bens materiais para algumas falsas igrejas, realizar “sacrifícios” para Deus e isto será uma prova de fé para estes falsos pregadores, desta falsa teologia. A falsa teologia incentivará seus seguidores, relembrando do sacrifício de Abraão, para nós oferecermos, num ato de fé “sacrifícios” para Deus, e necessariamente estes “sacrifícios” serão bens materiais, de grande valor para nós, que serão oferecidos para estas falsas igrejas, no sentido de troca, de barganha, e aí seus seguidores são informados num falso discurso “que se fizerem estes atos de fé, obedecendo a Deus, terão bênçãos de Deus sobre suas vidas”. Este não é o evangelho que Jesus Cristo nos ensinou. Esta teologia não entendeu o significado correto do sacrifício de Abraão.
A história de Abraão nos ensina que toda nossa provisão, nosso sustento vem da nossa dependência, do nosso relacionamento direto com o Criador, quer em momentos alegres, quer em momentos de prova e de dificuldades, enfim, Deus se relaciona conosco sempre, independentemente de qualquer “sacrifício” que poderemos oferecer para ele hoje, pois Jesus Cristo, se fez sacrifício por nós, uma vez por todas e não mais precisaremos realizar qualquer tipo de sacrifício para Deus.
Abraão entendeu o significado de obedecer a Deus de forma irrestrita e agindo desta forma, agradava ao Criador, porque sabia que Deus o amava e como Pai sempre estaria sustentando sua família.
Abraão se relacionava com o Criador, através de sua obediência, que era uma prova de amor para com Deus.
A prova que Abraão passou não foi para Deus nos mostrar que se o obedecermos seremos agraciados com bênçãos materiais. O sentido correto é entendermos que obedecendo a Deus, Deus estará conosco em quaisquer circunstâncias de nossas vidas, provendo o socorro para nós, como o próprio Abraão declarou que aquele Monte Moriá seria conhecido como o Monte do Senhor Proverá.
O Deus que amou ao mundo, através da morte de Jesus Cristo por nós, nos ajuda e nos abençoa nas provas mais difíceis que venhamos a passar nesta existência.
Obedeça a Deus, porque Jesus Cristo morreu em seu lugar, realizou o maior sacrifício de todos os tempos, de todas as épocas. A partir de Jesus Cristo se sacrificando por nós, não será mais necessário fazermos qualquer tipo de sacrifício para agradar a Deus.
(Deus nos amou e dá-nos vida, através da morte de Jesus na Cruz)
Obedecer a Deus, não deve ser uma forma de sacrifício em sua vida, mas de amor.
Obedecer a Deus é uma forma de relacionamento, de dependência com Deus e de você poder agradar ao seu Criador, que enviou seu único Filho para morrer por você. Jesus Cristo mesmo nos afirma, que se nós o amarmos de verdade, deveremos obedecer seus mandamentos.
Pense nisto: simples assim, amar a Deus, obedecê-lo, sem querer nada em troca.
Certamente em uma vida de relacionamento com Deus, obedecendo seus mandamentos, seguindo os passos de Jesus Cristo aqui na terra, poderemos caminhar seguros, pois pertencemos a família de Deus, somos considerados filhos de Deus, adotados por Deus como filhos, quando compreendemos quem é Jesus e o que Ele fez por nós.
(Uma vida de obediência a Deus, amando e praticando seus ensinos)
Que você tenha uma vida de amor e obediência aos ensinamentos de Deus, querendo nesta jornada fazer o seu melhor, seguindo os passos de Jesus Cristo, agradando a Deus com sua vida e comportamento cristão.
Pr. Luiz Francisco Contri
Um comentário
Que possamos amar ao SENHOR, sabendo que nesse amor a obediência é levinha, levinha!
Porque nisto consiste o amor a Deus: obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados.
1 João 5:3