“com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”
Efésios 4:2 (ARA)
O apóstolo Paulo nos exorta a mantermos algumas características importantes em nosso comportamento cristão:- a humildade (não ser prepotente), a mansidão (ser dócil) e a longanimidade (manter a paciência).
A humildade (não ser prepotente), a mansidão (ser dócil) e a longanimidade (atitude ativa e ânimo em manter a paciência) são mecanismos visíveis e sensíveis em nossa personalidade, devendo funcionar como uma perfeita engrenagem sincronizada em nosso ser, sendo produzidas através do Espírito Santo que age no coração, nos sentimentos, nas emoções e na mente dos cristãos, transformando pessoas prepotentes em pessoas humildes, pessoas agressivas em pessoas mansas e pessoas explosivas em pessoas pacientes.
A humildade tem origem no latim na palavra “humilitas” que significa “pouca elevação”, ou seja, uma relação com a ideia de modéstia. O cristão deve se relacionar com as pessoas que convive tanto no meio secular, quanto no serviço cristão, apresentando esta virtude de forma a não transparecer arrogância ou soberba. Em um conversação é agradável, não tenta se impor a qualquer custo, ouve e fala no momento certo, e em um tempo adequado, deixando a outra pessoa também falar e expressar sua opinião.
A pessoa que apresenta esta característica reconhece suas limitações, e é submissa a vontade de Deus, não deseja destaque pessoal ou se impõe numa conversa pelos seus títulos, cargos, força, ou qualquer outra característica pessoal. A pessoa humilde não é prepotente em seus relacionamentos pessoais.
Mansidão é uma característica de quem tem controle e domínio sobre seu temperamento e atitudes, apresentando calma e paciência, em situações de confronto e conflitos interpessoais, tendo controle e domínio próprio em qualquer situação.
A mansidão nos ajuda a respeitar nosso semelhante, impedindo a violência expressa através de nossos gestos nervosos ou de nossas palavras pronunciadas em um tom mais alto, agressivo, ou até mesmo, gritando. A pessoa mansa fala com um tom de voz suave e baixo, e transmite sabedoria.
A mansidão é um fruto do Espírito, descrito em Gálatas 5:22-23.
Longanimidade é uma virtude que aprendemos com Deus, conforme o Salmo 86:15 nos apresenta: “Mas tu, Senhor, és um Deus compassivo e benigno, longânimo, e abundante em graça e em fidelidade.”
Deus é bondoso, misericordioso e muito paciente conosco (longânimo), portanto, devemos reagir assim também com nossos semelhantes.
Tem pessoas que popularmente chamamos de pessoas de “pavio curto“, ou pessoas que explodem com facilidade. A pessoa que apresenta a longanimidade em sua vida age com “pavio longo“. Você já deve ter convivido com alguém que seja longânimo. Lembra daquele acontecimento que você presenciou e pensou “não sei como o fulano, ou a fulana aguentou aquela situação, agindo de forma calma e paciente, no meio de tanta provocação e pressão intensa“.
Estas excelentes virtudes cristãs são contrárias à nossa natureza pecaminosa, que nos leva a permanecer agindo pela nossa própria carne, por aquilo que predominava em nosso ser e era destaque antes de nos convertermos e conhecermos a mensagem do evangelho.
Porém, mesmo conhecendo o evangelho e tentando viver uma vida de relacionamento com Cristo, não estamos blindados e livres de produzir características pecaminosas em nós.
O evangelho nos transforma no caminho da maturidade e na busca por aperfeiçoamento dia após dia.
Precisamos ter domínio próprio e lutarmos para manter as boas características cristãs:- humildade, mansidão e paciência ativas em nosso agir.
Muitas vezes em nossos relacionamentos não apresentamos para as pessoas com quem nos relacionamos, a humildade que o cristão deve ter, não se impondo ou querendo se elevar perante seu próximo, ou mesmo, termos mansidão e domínio próprio, demonstrando calma no falar e a paciência que Deus apresenta para conosco.
Como cristãos vivemos nesta guerra contínua em que nossa personalidade deseja levantar-se, contrapondo-se à nossa busca por viver uma vida digna, seguindo os caminhos do Mestre Jesus Cristo.
Paulo compara a vida cristã a uma caminhada, que se inicia pela obra sobrenatural realizada pela imerecida Graça de Deus no coração de uma pessoa, que crê pela fé na mensagem do evangelho, e acontece no nosso dia a dia, em cada momento de nossa existência, na busca contínua pela maturidade e modelo de vida que encontramos em nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo.
O amor que o texto nos incentiva não é algo teórico, ou demonstrado por atitudes exteriores de podermos fazer algo pelo evangelho, mas virá de uma mudança real em nosso interior, daquilo que somos e seremos, mortificando nossas tendências pecaminosas e aquilo que ainda pode estar vivo em nossa essência, nos transformando no sentido de podermos ter estas virtudes cristãs (humildade, mansidão e paciência), que se refletirão em nossos relacionamentos interpessoais:- um amor praticado em que as pessoas terão prazer em estar conosco, perceberão estas características em nosso estilo de vida.
Aplicação Prática:
Para podermos manter o nosso corpo físico, os médicos aconselham a fazermos caminhadas, andando alguns quilômetros por dia, e este exercício exige uma dedicação da nossa parte, um esforço em realizá-la, e isto não depende do médico que nos aconselhou, depende de nós podermos nos conscientizar da necessidade de caminharmos para mantermos o equilíbrio, entre o que consumimos de alimentos e o que podemos gastar, realizando a atividade física.
Na vida cristã não é diferente, precisamos nos esforçar e perseverar na nossa caminhada e estilo de vida cristã para buscarmos esta comunhão diária com Deus, nos esforçando em caminhar com o Mestre, consumindo os alimentos da nossa fé (a leitura da Bíblia, tendo comunhão com Deus em oração, frequentando uma Igreja, adorando e louvando a Deus, aprendendo com o Sermão e a exposição bíblica da Palavra, participando da Ceia do Senhor), mas também desejando melhorar, eliminando estas características humanas pecaminosas, que tendem a ficar vivas em nosso coração, mesmo depois que começamos a caminhada, e portanto, devemos buscar estas virtudes cristãs (humildade, mansidão e paciência), apresentando elas em nossa personalidade de forma harmônica e sincronizada, como em uma engrenagem de uma máquina, em um perfeito equilíbrio, através do nosso comportamento que é manifesto aos que nos cercam.
Tão importante quanto nos alimentarmos pelos Meios da Graça (leitura da Palavra de Deus, a oração, a meditação, a adoração em um Culto Público, a participação nas ordenanças do Senhor (batismo e Ceia), a comunhão com os irmãos na Igreja) que nos permitem crescer na vida cristã, é podermos desenvolver em nós, o comportamento e a vida de Cristo, que se manifestará ao mundo pela nossa persistência em nos transformarmos, na estrada da maturidade, buscando a humildade, mansidão e a paciência. De tal forma que estas características possam se tornar algo natural em nosso interior e no trato com outras pessoas.
Que Deus nos ajude a viver a vida cristã, buscando aperfeiçoamento nestas virtudes cristãs (humildade, mansidão e paciência) e tê-las de forma completa em nosso comportamento e estilo de vida.
Pr. Luiz Francisco Contri
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