O IMPACTO
“Depois que gerou Matusalém, Enoque andou com Deus 300 anos e gerou outros filhos e filhas.
Viveu ao todo 365 anos. Enoque andou com Deus; e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado.”
Gênesis 5:22-24
Nos primórdios da humanidade os homens tinham uma longevidade alta. A Bíblia narra no livro de Gênesis, através da genealogia de famílias, quem eram os descendentes de determinada família e quantos anos a pessoa em questão havia vivido. Um precioso relato histórico e genealógico que nos permite identificar com precisão a história dos primeiros povos que habitaram a Terra, especialmente os descendentes do povo israelita, o povo escolhido por Deus e sua história de salvação.
O Antigo Testamento através das genealogias deixa bem claro quem são seus personagens. Existem dois personagens reais com o mesmo nome:- Enoque, um deles é o filho mais velho de Caim (Gênesis 4:17). O Enoque que impactou o mundo da sua época com seu testemunho era filho de Jarede e pai de Matusalém (Gênesis 5:18-21).
O escritor bíblico usa a maravilhosa expressão “andou com Deus” apenas para Enoque e Noé que tiveram que se superar em seu tempo, diante de um mundo corrompido e que vivia longe do Criador. Comparando o tempo de vida de Enoque, com o tempo de vida das pessoas de sua época poderíamos dizer que Enoque foi um homem que se diferenciou do padrão de tempo de vida em sua época, fugindo do padrão, pois naquela época viver 365 anos era viver pouco, viveu menos da metade do tempo de vida do seu filho Matusalém.
O diferencial na vida de Enoque foi a grande bênção dele viver seus anos em comunhão plena, total com o Criador do Universo, a ponto da Bíblia descrever que “Enoque andou com Deus”. Deus o poupou da sua ira futura, o livrou do dilúvio que veio sobre a Terra na época de Noé e também o poupou da experiência da morte:- a Bíblia descreve que Deus o levou diretamente para os céus, sendo arrebatado pelo Criador. Outro personagem do Antigo Testamento que também foi levado aos céus por Deus foi o profeta Elias (2 Reis 2:1-11).
Todos estes personagens citados: Enoque, Noé e Elias tiveram em comum:- seu relacionamento de comunhão com Deus e o impacto provocado, pelo exemplo da fé praticada, em meio a gerações pervertidas que viviam como se Deus não existisse.
A realidade do século XXI é muito parecida com a realidade do povo na Terra nestes tempos bíblicos de Enoque, Noé e Elias. Poucas pessoas buscavam ao Criador do Universo e tinham comunhão com Ele nestes tempos e, hoje, apesar de vermos muita religiosidade ao nosso redor e na mídia, ainda assim, o homem está perdido e não desfruta deste relacionamento íntimo com Deus, da mesma forma que Enoque vivia.
Quando pensamos nestes homens Enoque, Noé e o profeta Elias poderemos pensar erroneamente que eles eram super-heróis da fé, homens perfeitos que estavam livres da semente do pecado em suas vidas, mas sabemos biblicamente que eles eram homens falhos como nós somos, sujeitos às paixões humanas, aos pecados e para conseguirem vencer as tentações em suas vidas, eram homens apaixonados por Deus, que viviam em comunhão intensa com o Criador. Tiveram suas dificuldades, mas seu testemunho de vida agradava a Deus.
Torna-se cada vez mais forte em nossa mente a mensagem de Jesus Cristo aos seus primeiros discípulos no evangelho de Mateus 5:13,14: “Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. “Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.”
No Novo Testamento Jesus nos mostrou o padrão que ele espera de seus discípulos: sermos sal da terra e luz do mundo. Ser sal da terra é poder preservar o sabor do alimento (o evangelho, as verdades bíblicas), explicando a Palavra de Deus como ela é (sem distorções, sem mudar o seu sentido original para a vida dos homens, ensinando a mensagem da salvação em Cristo e vida eterna com Deus) e ser luz do mundo é também divulgar o evangelho, falando da nova vida em Jesus, iluminando a vida daqueles que estão perdidos (que vivem nas trevas longe de Deus), promovendo esperança, transformação de vida e novo nascimento na vida de pecadores.
Que possamos andar com Deus, numa vida de comunhão e dependência do Criador, reconhecendo nossos erros, nossos pecados, nossas limitações humanas, nos arrependendo e procurando em cada dia sermos melhores do que fomos no dia anterior, mudando nosso comportamento, realizando a vontade de Deus em nossas vidas, buscando o alvo e modelo de homem perfeito (Jesus Cristo), buscando maturidade espiritual, se preocupando com aqueles que vivem nas trevas (longe da comunhão com Deus) em uma vida dirigida pelo seu próprio “eu“.
Reflita: Tenho andado com Deus? Vivo uma vida para a Glória de Deus? Se Jesus voltasse hoje, eu estaria preparado para me encontrar com Ele? Que possamos ser sal da terra e luz do mundo, vivendo em meio às dificuldades diárias, mas conectados com Deus, vivendo para sua Glória.
Pr. Luiz Francisco Contri
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