“Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
1 Coríntios 13:7
Já escutamos dezenas de vezes, em cerimônias de casamento, o belo poema lírico do apóstolo Paulo, descrito no texto do livro de Coríntios capítulo 13. Associamos por este motivo, o significado do que Deus deseja nos comunicar, com a ótica do amor conjugal, mas este poema nos remete para repensarmos toda nossa existência, toda nossa forma de enxergar o mundo como cristãos verdadeiros.
É sobre esta ótica que desejo comentar o amor que Deus espera de nós cristãos. O amor que Deus espera de nós na igreja, na nossa convivência diária com outras pessoas, nos nossos relacionamentos de uma forma ampla, além do significado que normalmente associamos do casamento.
O amor que nasce no nosso coração, ao entendermos o significado da cruz de Jesus Cristo.
Aplicação Prática:
Quando olhamos para a cruz de Cristo, entendemos perfeitamente estas quatro características do amor que devem ser praticadas por aqueles que creem no nome de Jesus, a saber:
- amor que sofre ou amor sofredor – nos momentos descritos na Bíblia que antecederam a prisão de Jesus, nos momentos que Jesus foi preso, julgado, condenado, levando o peso da cruz, passando por afrontas, sendo crucificado, afixado a uma cruz com pregos nas mãos e nos pés, sofrendo dores na expressão mais indigna que alguém pudesse sofrer, passando pela angústia de se sentir abandonado pelos homens e pelo Criador (que naquele momento não poderia experimentar o pecado da humanidade, porque Deus é santo, então Jesus suportou o pecado de todos nós).
O motivo principal do sofrimento é podermos ter vida. Cristo nos dá perdão e vida plena na jornada terrena e vida eterna com Deus quando partirmos deste mundo. O amor sofredor é o modelo esperado por Deus para nós cristãos que pretendemos seguir os caminhos trilhados por Jesus. O sofrimento nos molda na direção do caráter de Cristo, esperado por Deus em nós, na vida de Jesus Cristo, agindo através de nós.
- amor que tudo crê ou sempre crê – o amor de Deus que sempre acredita nas pessoas. Deus acredita sempre nas nossas vidas, na possibilidade que temos na transformação de quem nós somos, através da busca da maturidade em Jesus Cristo. O plano de Deus para nossas vidas é sempre acreditar em nós, apesar da nossa situação de pecadores, apesar de sermos egoístas, apesar de fazermos diferenças entre as pessoas, apesar de nós nos identificarmos com algumas pessoas, e outras não, apesar de rejeitarmos valores eternos e espirituais. Esta era a nossa situação, antes de conhecermos a Deus. Ainda assim, Deus nos amou primeiro, Deus planejou a mudança de nossas vidas, da essência de quem somos, antes que nós viéssemos a existir neste mundo.
Quando nascemos todo mundo certamente olhou para nós, para aquele bebê lindo que nasceu e se impressionou com a beleza de um recém-nascido, com sua candura, com a inocência de uma criança, com sua sensibilidade, mas a medida que a criança cresce, nela começam a surgir a essência de quem nós somos, por natureza pecaminosa, a criança começa desobedecer seus pais, apresenta rebeldia e falta de limites e se seus pais, não a orientarem com amor, com muita paciência, visando seu crescimento como pessoa, certamente ela poderá se tornar um delinquente.
Assim, como os pais educam seus filhos nos caminhos que eles sonham. Assim também Deus, como nosso Pai, deseja educar seus filhos nos caminhos do Senhor Jesus Cristo.
- amor que tudo espera, amor que tem esperança – Jesus na cruz sabia da importância da sua missão e por esta missão gloriosa de nos salvar, ele teve paciência, equilíbrio para poder cumprir o plano de salvação de Deus para a humanidade. Jesus demonstrou este amor, que espera o momento certo para a realização do plano de Deus e, que promove a esperança no coração da humanidade.
Se buscarmos no “google“, encontraremos o seguinte significado para a palavra esperança: “Esperança é o substantivo feminino que indica o ato de esperar alguma coisa, pode ser também um sinônimo de confiança. Ter esperança é acreditar que alguma coisa muito desejada vai acontecer. A esperança pode ser fundamentada (ou realística) ou baseada em alguma utopia, algo que dificilmente será alcançado.”
Jesus certamente sabia que a esperança que Deus promoveria através da vida Dele, não era baseada ou fundamentada em algo irreal, que não seria cumprido. Deus, através da intervenção de Jesus Cristo na cruz, cumpriu o prometido. Jesus morreu de forma sacrificial, substitutiva por nossos pecados e ao terceiro dia ressuscitou, venceu a morte.
Jesus esperou para cumprir sua missão na cruz, para que eu e você pudéssemos ter a esperança da vida e vida eterna.
Jesus venceu a morte na cruz do Calvário e tornou a reviver ao terceiro dia, vivendo mais quarenta dias conosco e sendo visto por mais de quinhentas pessoas de sua época, comendo, se alimentando como um ser humano normal, que estava vivo novamente (e não um espírito que renasceu da morte). Jesus ressuscitou em carne e osso, e como ser humano renascido da morte física, pode se alimentar normalmente, durante os quarenta dias após sua ressurreição.
Da mesma forma que Jesus venceu a morte, e reviveu fisicamente, para a vida plena e depois subiu aos céus, nós seres humanos mortais, que morreremos fisicamente um dia, podemos ter a esperança e a certeza de que, num abrir e fechar de olhos, nos desligaremos deste mundo terreno e passaremos imediatamente para a realidade espiritual, na presença de Deus, dos anjos e de todos os remidos de Deus que creram em Jesus nesta existência e já estão na glória celestial.
Como cristãos devemos seguir o exemplo de Jesus Cristo e promovermos a esperança para todas as pessoas que nos relacionamos.
- amor que tudo suporta, amor sacrificial – o amor de Jesus Cristo foi um amor sacrificial, não apenas nos momentos que passou na cruz, mas durante sua breve existência de trinta e três anos, Jesus se esvaziou de seu poder divino e conviveu com simples mortais, como somos, pode estar se relacionando com todo tipo de pessoa, sem fazer nenhum tipo de discriminação sobre elas. Jesus não se preocupava com o que as pessoas poderiam dizer sobre Ele, quando Ele se relacionava, porque sabia que sua missão era maior do que qualquer comentário pejorativo ou qualquer crítica. Jesus suportou a afronta dos religiosos de sua época. Jesus suportou a perseguição religiosa dos fariseus, saduceus, dos mestres da Lei, porque tinha um objetivo maior que era a salvação de todos os homens, em todas as épocas.
Certamente, se você pretende ser um cristão autêntico, um verdadeiro seguidor dos ensinos do Mestre Jesus Cristo, você impactará as pessoas que mantém relacionamento interpessoal com você.
Este impacto tem dois viés: você poderá impactar positivamente e a pessoa se sentir acolhida por Deus, através do amor que você demonstrará, através do seu exemplo cristão, através da esperança que você está promovendo na vida dela, ou poderá também impactar negativamente, com as pessoas não aceitando seu estilo de vida, sua forma de enxergar o mundo e algumas pessoas, como os hipócritas da época de Jesus, desejarão te confrontar, te perseguirão, ficarão sempre procurando um ponto negativo na sua vida para te acusar.
Como ser humano, você está sujeito a algum tipo de erro. E certamente, você poderá acertar noventa e nove vezes, mas se errar apenas uma, você será lembrado por aquela que errou. Então, este é o desafio que Deus nos proporciona, quando entendemos este amor que tudo suporta.
Você como cristão, mesmo sabendo que esteve certo, na maioria das oportunidades em sua vida cristã, tem que ter paciência com os fracos na fé, tem que suportar afrontas injustas e desnecessárias que se fizeram, ou serão feitas futuramente sobre sua pessoa, porque o seu objetivo, como o foi de Jesus, é maior do que as injustiças que você passou, que você está passando ou que você sofrerá.
Viva pelo amor de Deus através de você, viva suportando tudo, para que Cristo se manifeste ao mundo, por intermédio de sua vida.
Deus nos capacite a vivermos o amor de Deus através de nós, amando sofrendo, amando crendo, amando esperando, amando suportando.
Pr. Luiz Francisco Contri
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