“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.”
Gálatas 5:22,23
A Bíblia nos apresenta o fruto do Espírito em contraste com as obras da carne que devemos todos os dias mortificar.
Com a presença das nove virtudes, que representam o fruto do Espírito (amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio), agindo em nossas vidas poderemos apresentar ao mundo, através do nosso comportamento, o caráter de Jesus Cristo.
Podemos agrupar de forma didática as nove virtudes que compõe o fruto do Espírito, conforme destacamos abaixo:
- virtudes que podemos apresentar tanto no nosso relacionamento com Deus, quanto com os homens: amor, alegria e paz.
- virtudes que podemos apresentar no nosso relacionamento com os homens: amabilidade, bondade, paciência.
- virtudes que podemos apresentar através do nosso comportamento, da nossa conduta cristã: fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Como cristãos precisamos lutar diariamente contra as obras da carne, vivendo em comunhão diária com o Senhor Jesus Cristo, buscarmos a maturidade e seguirmos os passos do Mestre, apresentando através de nossas vidas, estas características marcantes que demonstram a vida de Jesus para o mundo, através do fruto do Espírito.
Nesta devocional quero destacar a temperança ou domínio próprio.
Aplicação Prática:
Temperança na definição dos dicionários tem por significado:- qualidade ou virtude de quem é moderado.
No contexto do fruto do espírito podemos associar a temperança com domínio próprio ou autocontrole (controle de si mesmo, equilíbrio).
Alguns cuidados práticos que promovem a temperança através de nós!
Temperança no falar e no pensar!
Precisamos, dentre outras virtudes importantes na nossa vida cristã, termos cuidado com o nosso falar, como nos apresentamos ao mundo, através da nossa voz e daquilo que pronunciamos, dos comentários que fazemos do nosso semelhante, dos pensamentos e opiniões que damos à respeito de algum assunto.
Nossa voz, a intensidade de nosso falar e o conteúdo do que falamos serão vistos por aqueles que precisam ouvir em nós:- a voz de Jesus Cristo.
Desta forma, precisamos fugir dos falatórios inúteis, das reclamações constantes e desnecessárias, dos “mimimis” do nosso tempo, das fofocas e de tudo aquilo que a Bíblia condena neste sentido.
A ética, e o fazer a coisa certa, conforme a Bíblia nos ensina, se manifestarão claramente através do nosso falar. E neste sentido precisamos ser equilibrados e termos domínio sobre nossa fala.
E se alguém errou com você, te prejudicou no passado, não te considerou como você entendia que merecia ser considerado:- perdoe meu irmão, perdoe minha irmã.
Enquanto você ficar apontando os erros dos outros, sua vida ficará certamente paralisada, porque a vontade de Deus é que possamos perdoar uns aos outros e crescer juntos para a maturidade cristã.
A Bíblia nos ensina que existe um tempo de ficar calado (Eclesiastes 3:7).
Temos uma dificuldade com o controle da nossa língua.
Dois ditados populares devem nortear nossa vida como alerta nesta área da comunicação interpessoal:
“Antes bem calar que mal falar” e o outro “Muito falar, muito errar”.
Quanto mais ansiosos formos, mais vontade teremos de colocar nossas opiniões, mais vontade teremos de nos expressar. Isto de certa forma é bom, mas temos que tomar o cuidado para não sufocarmos àqueles que estarão nos ouvindo.
E necessário também, aprender a arte de escutar.
Precisamos vencer o modelo:- “fala que eu “NÃO” te escuto!”
É muito difícil escutar o que alguém fala para nós, e prestarmos atenção, sem querermos “atropelar” a comunicação com a pessoa que está tentando falar algo.
O controle e domínio próprio sobre nossa língua é destacado no livro de Tiago, comparando o poder da língua com um incêndio destruidor, que contamina a pessoa por inteiro:
“Semelhantemente, a língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha.
Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno.”
Tiago 3:5,6
Além das palavras, precisamos ter nossos pensamentos firmados no Senhor Jesus Cristo.
A Bíblia informa que a boca fala daquilo que o coração está cheio.
“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.”
Filipenses 4:8
Jesus dialogando com os fariseus nos ensina no evangelho:
“Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração.”
Mateus 12:34
Precisamos ter temperança e domínio próprio com nossos pensamentos, com o que falamos e para isto, precisamos, como cristãos, termos:- comunhão diária com o Criador, nos alimentarmos em oração e na leitura da Bíblia, frequentarmos os cultos em nossa igreja, participarmos da Ceia do Senhor, praticarmos estes princípios bíblicos de controle do nosso pensamento, da nossa língua também, de forma ativa, e isto depende de nós, em querermos nos aperfeiçoar e termos controle sobre nós mesmos.
Todos nós temos que desejar mudanças em nossas vidas. Sempre.
Precisamos hoje, ver os erros de ontem, lutar para não mais cometê-los e querermos ser melhores a cada dia.
Precisamos querer nos superar dia a dia, na direção das virtudes bíblicas desejadas por Deus em nossas vidas!
Uma boa dica é além de buscarmos a Deus diariamente:- pensarmos antes de falar e também, o que vou falar é necessário na conversa neste momento, ou o que vou falar, estará acrescentando algo bom para quem irá me escutar. Estou sendo agradável para o meu interlocutor? ou, somente eu quem falo.
Temperança no nosso comportamento!
A nossa vida, o nosso comportamento talvez seja a única oportunidade que o mundo terá de poder conhecer o evangelho, conhecer o caráter de Cristo, através de nós.
Para apresentarmos este comportamento de Cristo através das nossas vidas, precisamos compreender perfeitamente o significado de sermos discípulos de Jesus Cristo.
A pergunta que temos que fazer para nós mesmos é: quem nós somos perante o Reino de Deus?
Será que tenho plena consciência que ser discípulo de Jesus Cristo, em sua forma mais simples de entendimento, é:- sermos seguidores dos passos do Mestre Jesus.
Com certeza na vida cristã, nesta jornada de aprendizado e caminhar na direção do alvo supremo de nossa existência terrena, que é Jesus Cristo, estaremos sempre buscando a maturidade e o apóstolo Pedro em 1 Pedro 2:1-17 nos mostra seis ilustrações, que caracterizam a vida de um discípulo de Jesus: crianças recém-nascidas, pedras vivas, sacerdotes santos, povo de Deus, estrangeiros/peregrinos e servos de Deus.
Para o famoso pregador do evangelho e teólogo britânico falecido em 2011, John Robert Walmsley Stott, conhecido aqui no Brasil, como John Stott, em seu livro “O Discípulo Radical“, destaca que estas seis ilustrações caracterizam a vida do discípulo de Jesus Cristo (descritas do texto de 1 Pedro 2:1-17), “quando temos elas em nossas vidas de forma integrada, então, teremos o equilíbrio necessário” e certamente estaremos refletindo para o mundo a temperança, o autocontrole e o domínio próprio, como seguidores de Jesus Cristo, através de nosso comportamento.
O texto bíblico começa assim: “Livrem-se, pois, de toda maldade e de todo engano…” 1 Pedro 2:1.
Certamente estes conselhos do apóstolo Pedro, que definem estas seis ilustrações citadas acima, requerem de nós uma atitude ativa, participativa em querermos diariamente tirar de nossas vidas:- “toda maldade e todo engano“, ou seja, tudo aquilo que é contrário à vida de um verdadeiro cristão.
Que Deus nos ajude nesta caminhada cristã, a escrevermos uma nova história de vida em cada dia, a caminharmos no equilíbrio diariamente, trilharmos a estrada da maturidade, buscando a temperança, o domínio próprio em nosso pensar, em nosso falar e em nosso agir.
Pr. Luiz Francisco Contri
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