“Enquanto tiver a doença, estará impuro. Viverá separado, fora do acampamento.”
Levítico 13:46
A lepra era uma doença terrível e traumática desde os tempos do Antigo Testamento na vida dos israelitas, como também o era na época que Jesus andava entre nós realizando milagres.
O flagelo da lepra era temível porque não apenas debilitava o físico de quem contraia a enfermidade, mas especialmente o lado emocional, os relacionamentos afetivos e sociais de quem começava a esboçar os primeiros sintomas da doença em sua pele, porque teria que viver isolado e longe da sociedade, como o próprio texto da lei mosaica recomendava: viver fora do acampamento, porque naquela época a doença era considerada incurável.
Na Bíblia hebraica a doença tinha o significado de desonra, vergonha e desgraça porque isolava totalmente uma pessoa de uma vida normal.
O preconceito e a discriminação social era algo concreto na existência do doente que passava a não existir, era como um “morto-vivo“, um quase cadáver na sociedade de sua época.
Nesta época destes tempos bíblicos, a medicina rudimentar não tinha muito o que fazer, a não ser isolar os indivíduos portadores da doença para que outras pessoas não se contagiassem com a mesma.
A lepra era uma doença de pele comum na Antiguidade de caráter crônico ou contagioso e hoje conhecida como Hanseníase e sob controle mundial, com aplicação de poderosos antibióticos em modernos hospitais especializados.
Doença terrível que é transmitida pelas secreções dos indivíduos contaminados e que lesiona os nervos dos doentes, diminuindo a sensibilidade a dor. As partes normalmente mais afetadas são os olhos, as mãos e os pés, mas também afeta o rosto, braços e pernas, dentre as principais partes do corpo humano.
O leproso perdendo sua sensibilidade em sentir a dor, o toque humano, o calor e o frio, tende a se queimar, ou se ferir facilmente, ou mesmo se cortar porque não mais tem a proteção da dor em seu corpo para o livrar e o avisar de que seu corpo está em perigo.
Se pudéssemos nos colocar no cenário desta época primitiva, em que a doença lepra não tinha uma possibilidade de cura, e contraíssemos a doença, então deveríamos viver isolados de nosso esposo ou esposa, de nossos filhos, de nossos pais e familiares, de nossos amigos e amigas. Viveríamos isolados do convívio social.
O leproso era considerado impuro e não tinha nenhuma possibilidade de relacionamento social.
O leproso corria o risco de se autodestruir sem perceber. Que sofrimento físico, deformador e destruidor do corpo. Que situação deprimente, que tristeza emocional, que dor na alma, não mais podermos ter contato com as pessoas que convivemos e amamos, tendo também uma vida normal em sociedade.
Aplicação Prática:
Milhões de vezes pior do que sermos contaminados pela doença lepra é termos sido contaminados pela doença do pecado, quando nossos primeiros pais, representados por Adão e Eva, desobedeceram a Deus, caíram em desgraça perante o Criador, foram expulsos do Jardim do Éden, preparado para a humanidade usufruir de suas bênçãos.
Contaminados pelo pecado, toda a humanidade foi separada de uma vida com Deus, recebendo o flagelo da morte física, contaminados por Adão e Eva que passou esta semente do pecado para todos os seus descendentes.
Da mesma forma que os leprosos teriam que viver separados de uma vida de relacionamento em sociedade. A contaminação do pecado nos afastou da presença do Criador, da presença de Deus.
O pecado corrompeu a raça humana e da mesma forma que a lepra torna-nos insensível a dor física, o pecado corrompendo o ser humano, nos torna insensíveis a presença de Deus, agindo em nós.
O pecado nos afasta em termos uma vida de relacionamento com Deus.
Com o pecado agindo em nós, estaremos fadados, como os leprosos, à nossa própria destruição.
Todos nós nascemos pecadores e espiritualmente mortos, sem vida com Deus.
Em nós mesmos nada temos que possamos agradar a Deus.
Nossa natureza humana, por si só, não deseja buscar a presença de Deus.
É Deus quem nos chama. É Deus quem nos escolhe para sua Salvação Eterna.
É Deus quem nos convida para termos uma vida com Ele, através do reconhecimento da morte de Jesus Cristo que nos trará a vida e vida eterna com o Criador.
Basta você olhar ao seu redor, ligar a sua TV, ver as terríveis notícias que acontecem todos os dias e perceber que o homem, sem Deus, caminha para sua própria destruição em todos os sentidos: físico, moral e espiritual.
O homem todos os dias rejeita a existência de Deus, vive como se Deus não existisse.
Nega a existência de Deus pela sua vida, pelos seus atos, pelo seu comportamento destruidor e sujeito a todo tipo de depravação humana.
O profeta Isaías descreve este estado da humanidade sem Deus, que vive na semente do pecado e em suas próprias impurezas, afirmando:
“Ah, nação pecadora, povo carregado de iniquidade! Raça de malfeitores, filhos dados à corrupção! Abandonaram o Senhor; desprezaram o Santo de Israel e o rejeitaram. Por que continuarão sendo castigados? Por que insistem na revolta? A cabeça toda está ferida, todo o coração está sofrendo. Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são; somente machucados, vergões e ferimentos abertos, que não foram limpos nem enfaixados nem tratados com azeite.” Isaías 1:4-6.
Sem Deus, sem a presença de Deus, agindo em nossos corações, somos como os leprosos, impuros e não teremos um relacionamento com o Criador. Isaías descreve muito bem o pecado em nós, dizendo que “da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são”.
O pecado são como ferimentos abertos em nós, que exalam mau cheiro, que não foram limpos, não foram tratados com azeite ou com algum remédio, que contaminam todos os que estão ao nosso redor.
O pecado nos possibilita a morte física e a pior morte que é a separação eterna de Deus.
Por mais que desejarmos fazer coisas boas, ou boas obras, para agradarmos ao Criador, ainda assim será insuficiente para termos uma vida de relacionamento com Deus, porque na nossa essência, o pecado é como a lepra, como uma chaga terrível, fedorenta, destruidora, contagiosa que nos torna insensíveis aos valores espirituais e nos afasta completamente da Presença de um Deus Santo e Perfeito.
Com a semente do pecado crescendo cada dia em nós, dia a dia, estaremos nos deteriorando, nos afastando de qualquer possibilidade real de comunhão com Deus, vivendo em função apenas dos prazeres do aqui e agora.
Jamais teremos tempo para Deus e para irmos em uma Igreja.
Teremos tempo para tudo nesta existência, menos para Deus. Ele não existirá para nós. Ele não será real para nossas vidas. Quando alguém falar de Deus ou comentar de Deus para nós, nos sentiremos incomodados, perturbados, desejaremos fugir daquela pessoa e da presença de Deus.
Deus nos enviou seu único Filho, Jesus Cristo, para que por meio de Cristo, a chaga do pecado fosse curada na humanidade e pudéssemos ser reconciliados com Deus, do pecado recebido por meio da desobediência de Adão, que como uma lepra, nos contaminava e nos deixava afastados da presença de Deus.
“Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem.Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados”.
1 Coríntios 15:21,22
A herança que recebemos de Adão foi o pecado habitando em nosso coração, nos afastando de Deus e pelo pecado a morte.
Somente a ação do Espírito Santo de Deus, em nossos corações, poderá nos chamar e ativar a chama da fé em Cristo Jesus e a termos uma vida de paz com Deus.
Jesus derramou seu precioso sangue, na Cruz do Calvário, nos curou da chaga e contaminação de nossos pecados, adquiridos pela desobediência de Adão. Cristo ressuscitou da morte e está a direita de Deus Pai. Em Cristo somos livres da contaminação da chaga e escravidão do pecado, somos justificados perante Deus, por sua morte na Cruz, de forma gratuita.
Cristo nos dá vida plena e nos habilita a vivermos com Deus.
Esta Graça de Deus para nós, vivificadora, nos limpa diariamente de nossa fragilidade, da contaminação do nosso pecado, do flagelo de uma vida longe de Deus, nos aproxima do Criador, nos permite termos um relacionamento de Paz, de Alegria, de Amor com Deus, nos torna participantes da família de Deus, nos dá vida e vida eterna.
Que possamos em cada dia de nossa vida, reconhecermos a dádiva de Deus para conosco, através da morte de Jesus Cristo em nosso lugar, que possamos agradecer a Deus por podermos fazer parte de sua família celestial, por podermos também fazer parte aqui na Terra, da comunidade dos Santos que professam a fé em Cristo Jesus, congregando numa Igreja que confessa Jesus Cristo, como Salvador e Senhor.
Deus nos abençoe na jornada cristã:- nesta vida de relacionamento com os irmãos na Igreja e uma vida de relacionamento com Deus.
Louvamos-te ó Deus pela Maravilhosa Graça em Jesus e por fazermos parte de uma Comunidade Cristã, de uma Igreja, da Família de Deus.
Pr. Luiz Francisco Contri
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