“Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo, retendo firmemente a palavra da vida. Assim, no dia de Cristo eu me orgulharei de não ter corrido nem me esforçado inutilmente.”
Filipenses 2:14-16

Por ocasião da sua segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo tinha por objetivo chegar na província romana da Ásia, porém, não obtendo sucesso neste percurso, mudou o roteiro da viagem e se dirigiu para a região norte, especificamente a cidade de Antioquia da Pisídia, prosseguindo mais para o norte chegou próximo a cidade de Bitínia, tendo sido impedido novamente de entrar nesta região (conforme descrito em At.16:7), descendo para a costa de Trôade, onde recebeu a visão dada por Deus de ir na direção da Macedônia, conforme descrito em At.16:9: “Durante a noite Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe suplicava: “Passe à Macedônia e ajude-nos“.

E o apóstolo Paulo, juntamente com Lucas viajou para Samotrácia, chegando em Filipos.

Filipos era uma importante cidade do Império Romano, considerada a porta de entrada da Europa para os visitantes que vinham da Ásia. A cidade cultuava divindades de origem grega e romana.

A Igreja de Filipos,  refletia a diversidade de povos existentes na cidade, bem como a diversidade de classes sociais, como Lídia, uma judia que se converteu ao cristianismo e era uma comerciante, com muita prosperidade (At.16:14), outra pessoa na igreja: a escrava que seguia a Paulo (At. 16.17) e ainda o carcereiro (At. 16.36), são alguns exemplos das diferenças sociais e culturais existentes na igreja. Os moradores de Filipos sofriam influências de diversos deuses pagãos, adorados também em seus locais de origem, Grécia e Roma.

Diante de um mundo pagão, com uma diversidade cultural de vários povos, também inserido num contexto de sincretismo religioso, torna-se necessário o cuidado do apóstolo Paulo com a Igreja de Filipos, fortalecendo a união dos irmãos,  dando orientações para que eles vivam em paz e possam influenciar a sociedade de sua época com as boas novas do evangelho.

Paulo se preocupava com o relacionamento interno daqueles cristãos. Neste sentido ele os exorta à realizarem o serviço cristão com um coração alegre e grato para com Deus, evitando discussões internas, murmurações e queixas, enfim os conflitos que acontecem naturalmente em um ambiente de pessoas com diversidade cultural e origens diferentes.

Os mesmos conflitos de relacionamento que podem acontecer em nossas igrejas.

Paulo exortava aqueles cristãos para verificarem a imagem que eles iriam passar para aquela geração de pessoas, que viviam longe de Deus, cultuando estátuas de deuses pagãos, e sem a esperança de poderem viver uma vida diferenciada em Cristo.

O apóstolo declara suas orientações para esta igreja em Fp. 4:4-5: “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se! Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor.”

Paulo desejava que a população perdida da cidade de Filipos tivesse a oportunidade de conhecer o evangelho, as boas notícias de Cristo , pelo testemunho e comportamento praticado daqueles primeiros cristãos e para que isto acontecesse de forma eficaz, tornava-se necessário que aqueles crentes não ficassem reclamando de sua igreja, ou das pessoas, que pudessem fugir de fofocas, evitando que os problemas internos da igreja pudessem afastar as pessoas de virem para a comunidade.

Como pecadores, ainda estamos sujeitos às nossas falhas humanas, conflitos de relacionamento, discussões diversas, mas, como seguidores de Jesus Cristo, temos que nos esforçar para vivermos unidos com todos os irmãos, para resolvermos os problemas de relacionamento (se porventura existirem e dependerem de nós), para que o mundo nos conheça pelas características positivas que nós iremos apresentar com nossas vidas, com nossas conversas, com nosso testemunho.

Pense e Reflita: o que você falar:- poderá contribuir para alguém se afastar da Igreja e da comunhão com Cristo ou, ao contrário, você poderá contribuir para a unidade do corpo de Cristo, sendo pacificador, também atuando como um incentivador, para que alguém de fora se desperte para Jesus, voltando-se para Deus, participando da Igreja.

Aplicação Prática:

Qual a imagem que desejamos ser conhecidos como Igreja de Cristo?

Cada igreja cristã tem a sua história e suas características particulares, oriundas das influências e do comportamento das pessoas que participaram de seu desenvolvimento, desde sua origem até o momento atual.

Este livro de Filipenses, escrito pelo apóstolo Paulo, ficou conhecido pela história de uma igreja que tinha sua vida centralizada em Jesus Cristo e pelo apoio que esta forneceu para o apóstolo Paulo. Seus cristãos permaneciam alegres em qualquer situação, não se deixavam influenciar pelos problemas externos e pelas heresias de sua época, permaneciam fortes em oração, manifestando sua cordialidade e alegria para os cidadãos de Filipos.

Temos diversas visões e possibilidades de sermos conhecidos pelos que estão de fora, de forma conjunta: poderemos ser conhecidos como a Igreja que busca maturidade entre seus membros, ou, uma igreja cordial que recebe muito bem seus visitantes, ou, a igreja do amor que se preocupa com seus semelhantes, ou, a igreja que estimula a leitura da Bíblia, ou, a igreja que tem uma música excelente, enfim, existirão ainda, muitas outras possibilidades de sermos conhecidos pelos que não conhecem a mensagem de salvação.

Poderemos também sermos conhecidos, não apenas por uma característica, mas por uma combinação de características, exemplo: uma igreja fiel à Palavra de Deus e que ora, dentre tantas possibilidades.

O importante é entendermos que vivemos diante de uma geração depravada e corrompida, a mesma situação que importunava a mente do apóstolo Paulo, naquele primeiro século da era cristã e sabermos que nosso comportamento, nosso testemunho individual irá influenciar positivamente ou negativamente os que estão de fora da igreja.

Para os que estão de fora, cada um de nós individualmente, representa a Igreja para o mundo.

Desta forma, conforme o apóstolo Paulo nos ensina, precisamos brilhar como estrelas no universo, retendo firmemente a palavra da vida.

Pense e Reflita: As pessoas ao redor do nosso mini-mundo terão a possibilidade de conhecerem a vida de Jesus Cristo, bem como sua palavra de salvação:- através de nosso exemplo particular. 

Que Deus nos ajude a brilhar como estrelas no universo e a refletirmos a imagem de Jesus Cristo e sua poderosa mensagem de salvação, para aqueles que perdidos nas trevas ainda cultuam imagens e ídolos de esculturas, ou que não entenderam a mensagem que Cristo nos ensina:- de um Deus pessoal, invisível, mas real, em quem podemos confiar nossa existência, que nos permite caminhar com alegria por esta vida, apesar das lutas e tribulações, nos motivando a caminhar dia a dia, ao seu lado.

Pr. Luiz Francisco Contri