A ESPERA
Disse-lhes então: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo”. Mateus 26:38
O que você faria se soubesse que amanhã seria executado?
E que antes da execução você não teria direito à defesa alguma. Seria julgado, considerando acusações de religiosos, acusado também pelo poder econômico, pelo poder político, e receberia uma sentença injusta. Como estaria sua mente e pensamentos, se você tivesse a certeza que seria condenado por algo que não cometeu. No momento do julgamento, negado pelo povo que você tanto amou, abençoou e socorreu. Como estaria seu estado emocional, sabendo que hoje seria seu último momento na terra, convivendo com pessoas próximas, tendo consciência que uma destas pessoas o trairia, e o entregaria para ser preso; que outra, muito próxima o negaria, e que nas suas horas finais, nenhum dos seus amigos estariam ao seu lado. Lutaríamos para fugir da prisão iminente.Talvez conversaríamos com nosso advogado, tentando que ele conversasse com o governador, com autoridades, com o tribunal, com o juiz para postergar o julgamento. Lutaríamos para escapar daquela sentença condenatória e mortal, que seria dada para nós.
Certamente estaríamos arrasados, tristes, talvez procurando uma forma de escapar da sentença de morte imediata. Este é um pequeno instante, algumas cenas, com muito medo, angústia, ansiedade, melancolia que imaginamos, como humanos, descrevendo, como pecadores, de forma imperfeita o que poderíamos sentir, se fôssemos nós que tivéssemos que morrer, por algo que não cometemos, talvez estaríamos sendo condenados por “um único delito que não cometemos“. Estaríamos angustiados, tristes, mas tentaríamos lutar pela vida, tentaríamos escapar da pena de morte que seria decretada para nós.
No século XX, o cinema já tentou retratar os momentos finais de Jesus na cruz. A ciência, a medicina, a literatura também já tentaram explicar o sofrimento de Jesus. Poderemos como humanos, e muito distantes da cena real da crucificação, pensarmos de forma imperfeita neste momento, tentando reproduzir o que aconteceu, ou o que Jesus sentiu. Temos o relato bíblico, e baseados única e estritamente nele, poderemos refletir sobre os fatos que antecederam sua horrenda morte na cruz, porém o que realmente Jesus sentiu ao morrer pela humanidade pecadora, não apenas por um delito que não cometeu, mas morrer pelos delitos, pelos pecados de todos os que creram nele naquele momento, e nos séculos seguintes, é algo realmente indescritível que somente o nosso Salvador e Senhor Jesus pôde experimentar.
A Bíblia descreve que Jesus estava numa tristeza mortal, foi com três dos seus apóstolos, e amigos mais próximos, Pedro, Tiago e João, orar no Jardim do Getsêmani, que fica à leste de Jerusalém, no Monte das Oliveiras. Seus amigos não resistiram ao cansaço físico de um dia exaustivo, e dormiram próximos à Jesus. Jesus começava a sentir o drama de ficar sozinho, de se sentir desamparado, sem ninguém para ajudá-lo a se livrar daquele propósito fatídico que lhe estaria reservado. Jesus sabia que aquele momento, era o momento de espera, o momento que antecederia à missão dada por Deus para Ele cumprir. Sabia que deveria realizar à vontade de Deus para salvar a humanidade decaída, e nos religar com Deus, porém, também possuía além da natureza divina, sua natureza humana, sentindo angústias pelos sofrimentos atrozes que iria enfrentar nas próximas horas.
Como Deus Conosco, tinha consciência do futuro imediato que o aguardava, poderia visualizar o momento da traição, os açoites, a zombaria que seria submetido, a humilhação dos homens, a humilhação dos religiosos, a humilhação dos governantes, o abandono dos seus discípulos, a negação de Pedro, o peso da cruz que teria que carregar, o momento da crucificação, sua agonia por três horas naquele instrumento de morte lenta, sofrimentos descritos profeticamente no Antigo Testamento, no salmo 22, e pelo profeta messiânico Isaías, no capítulo 53.
Como homem, com sua natureza humana, sem pecado, homem perfeito, representante perfeito do que seria a raça humana, sabia que não poderia falhar, ou fugir da sua missão, e então, buscou nos recursos dados por Deus para nós, a oração, o refrigério para sua alma, o descanso, conforto, consolo, e, sobretudo buscou Deus Pai, orou sozinho. O Sofrimento era intenso, segundo o evangelho de Lucas, o suor de Jesus, exudava sangue. Jesus orava para reanimar suas forças humanas, que seriam necessárias para enfrentar todo aquele sofrimento, sendo submisso à vontade de Deus, cumprindo como ovelha muda sua missão de nos salvar, de morrer, em nosso lugar, de forma substitutiva, e de graça por nossos pecados.
Não sei como está o seu coração hoje. Não conheço seus problemas. Não sei o que você acredita. Não sei como você vive. Não sei quais são seus sonhos e projetos para esta vida. Não sei se você tem um propósito definido para sua vida. Porém, Deus te conhece, Ele sempre te conheceu. Quero deixar registrado que na eternidade Deus se preocupou com você. Deus quer ressignificar sua vida através de Jesus Cristo. Deus deseja que você seja feliz, e tenha um propósito de vida, um significado para sua existência física, e uma esperança viva, quando seu tempo cronológico aqui se findar. O próprio Deus te amou com um amor indescritível, inimaginável por nós mortais, permitiu que Jesus Cristo, Deus Conosco, que se fez homem aqui na terra pudesse, como Filho do Soberano Deus, cumprir a missão de seu Pai, em favor da humanidade, daqueles que crendo neste sacrifício vicário, pudessem se tornar filhos de Deus.
No tempo e no espaço, há dois mil anos alguém se preocupou com você, pensou em você, antes mesmo de você vir a este mundo. Sofreu em seu lugar, para que você pudesse se libertar de uma vida vazia, sem propósitos. Sofreu para que você pudesse experimentar a felicidade e paz verdadeira em seu coração.
Este alguém especial que se importou com você é Jesus Cristo!
Nasceu entre nós, para que você pudesse nascer para Deus. Viveu entre nós, para que você pudesse entender à vontade de Deus, seguindo os passos de Jesus, morreu para te libertar de uma vida vazia, longe de Deus, e cheia de pecados, culpas, medo, ansiedade, tristeza, depressão, ressuscitou para que você pudesse vencer à morte, e ser transportado da morte para a vida eterna com Deus.
É isto que Jesus fez por você, esperou na terra, sem pecado por trinta e três anos, realizando milagres, cumprindo a missão de amor e paz, trazendo novo dia, esperança, restauração de vida, e a verdade de Deus para todos os que crerem em seu nome, para todos os que crerem na sua morte na cruz, para todos os que crerem em sua ressurreição. Ele esperou para morrer em seu lugar, pagando por seus pecados, por suas dívidas para com Deus. Jesus na cruz, rasgou todas as acusações e pecados que você tinha para com Deus, te perdoou, te ligou novamente ao Eterno. Ele cumpriu a vontade de Deus para que você hoje pudesse ter vida e vida eterna com Deus.
Reflita: Diante desta história de salvação, diante destes fatos incontestáveis na história da humanidade, o que você espera para ir na direção do Criador? O que te impede te buscar a Deus, através do Senhor Jesus. Pense, esta é a razão real da história de Jesus, morrendo por você, te ligando aos céus, te conectando à eternidade.
Que nesta páscoa possamos entender o significado destes acontecimentos e renovar nossas vidas na direção de Deus, seguindo a Jesus Cristo! Glorificando a Deus com nossas vidas!
Pr. Luiz Francisco Contri
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