A HUMILDADE
Quando pensamos em humildade vem imediatamente a ideia de pobreza, falta de recursos financeiros em nossa mente. Porém, humildade não é uma condição social. Certamente, existem pessoas sem recursos financeiros, ou recursos básicos para sobrevivência humana, nas classes sociais indicadas com poucos recursos econômicos que apresentam um comportamento de gratidão, humildade e simplicidade em suas atitudes sociais, em seus relacionamentos, porém, existem pessoas nesta mesma situação social (de pobreza material e poucos recursos financeiros) que são arrogantes, orgulhosas e não apresentam em si mesmas, os princípios e valores cristãos da humildade, são até mesmo revoltadas por estarem naquelas condições. Da mesma forma, existirão pessoas com muitos recursos, quer sejam econômicos, ou mesmo recursos educacionais, capacidade profissional, ou, ocupando altas posições na sociedade que apresentarão a virtude da humildade, da simplicidade demonstradas claramente na sua vida, porque entregaram sua vida para Deus, vivem na dependência do Criador.
Jesus Cristo é um exemplo de humildade para a humanidade. Sendo o Rei dos Céus, a Bíblia nos informa que ele se despojou de sua Glória Celestial, do local onde estava para poder vir até nós, cumprindo o plano eterno de Deus Pai, em nos unir novamente com Ele, através do sacrifício vicário, substitutivo de Jesus Cristo, morrendo em nosso lugar, nos justificando perante o Criador, ressuscitando ao terceiro dia, para mostrar a humanidade que a vida é doação de Deus, e Ele esteve aqui para doar sua vida em favor de nossos pecados, pagando a dívida da desobediência, da separação eterna, da não glorificação e recepção do Criador, que acontecia naquela época, que acontece hoje em muitas vidas, em muitas famílias.
Relembremos o texto bíblico, de Filipenses 2:5-11:
“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus,
que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se;
mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.
E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra,
e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.”
Deus na sua Onipotência, poderia ter enviado o anjo Gabriel anunciar a vinda de Jesus para outra família, talvez para uma família muito rica em Israel, uma família com muitas propriedades e recursos financeiros. Se Ele é Deus, certamente tudo estava ao seu alcance e poderia ter sido diferente o nascimento de Jesus Cristo. Desta forma, Jesus poderia ter nascido em um lar com muitos recursos e ser recebido num local adequado, talvez uma boa casa da época, ou como houve a questão do deslocamento das pessoas para o recenseamento, talvez pudesse ter nascido num hotel luxuoso em Belém.
Porém, o Criador do Universo, no nascimento de Jesus Cristo entre nós, nos apresentou o primeiro ensinamento do Messias Prometido para a humanidade, a humildade e a necessidade de dependermos de Deus e não dos nossos próprios recursos materiais e humanos para sermos felizes nesta existência.
Deus escolheu a virgem Maria, uma noiva judia que foi agraciada pelo Criador, para ser portadora da vida de Deus para a humanidade, uma moça humilde, simples, que pretendia se casar com um simples carpinteiro, José e que não tinham recursos materiais, eram jovens, estariam começando uma união matrimonial em breve, porém, Deus, escolheu Maria e José, esta humilde família israelita para que o milagre de Deus pudesse ser realizado, o nascimento de Jesus Cristo, gerado no ventre de Maria, pelo poder do Espírito Santo.
Como o Imperador Romano César Augusto havia proclamado um recenseamento para poder identificar todas as pessoas que estavam nas cidades dominadas pelo seu Império, foi necessário o deslocamento da população para suas cidades de origem, para onde haviam nascido, e, José e Maria que moravam em Nazaré, tiveram que se deslocar para Belém, a cidade de José, conforme o texto bíblico, em Lucas 2:1-4.
Nesta ocasião, José e Maria, não encontraram hospedaria, onde pudessem passar à noite, e foram se proteger, num estábulo, num local onde os animais do campo, dormiam e se alimentavam num cocho, conhecido como manjedoura (tabuleiro em que se coloca, num estábulo, numa estrebaria, comida para animais, geralmente para os cavalos, vacas etc), conforme o texto bíblico, em Lucas 2:5-7.
Se começarmos a refletir a cena da natividade, do nascimento do menino Jesus, veremos que ele não teve um quartinho do bebê preparado para Ele, nasceu praticamente ao ar livre, num local, sem muitas paredes, apenas com um teto para protegê-lo da chuva. Certamente, a noite de seu nascimento, deveria estar fria e o vento deveria atingir aquele local, mas a Glória de Deus estava presente naquele humilde estábulo de animais. E o berço de Jesus? Seus pais, certamente olharam para aquele cocho, aquela manjedoura, onde eram depositados os alimentos para os animais, devem ter limpado previamente, colocado palha, feno, e alguns tecidos humildes que levavam consigo, para poderem improvisar um bercinho onde o bebê Jesus pudesse ser colocado. A bíblia diz que Maria envolveu o menino Jesus em panos e ele foi colocado nesta manjedoura, neste cocho onde os animais anteriormente realizavam suas refeições.
Dentre as muitas lições que temos nesta cena de Natal, a lição da dependência de Deus é a mais importante. Maria e José estavam ali naquele local humilde, mas totalmente ligados, em conexão direta com o Criador, na dependência de Deus para suprir todas as suas necessidades. Existia humildade, valores e princípios de simplicidade em seu coração, atitudes corretas sendo praticadas:- estavam cientes que aquele local representava o cumprimento da mensagem dada pelo Anjo Gabriel a Maria, conforme o texto bíblico em Lucas 1:26-38.
Estamos no século XXI, numa época totalmente diferente deste primeiro século quando Jesus nasceu. Você hoje é bombardeado diariamente por milhões de informações, muitas delas de cunho comercial, na mídia televisa, na internet, nas redes sociais, especialmente nesta época de Natal.
As propagandas, através de imagens, através da decoração natalina, nos levam a criar desejos em nossa mente para comprarmos presentes e sermos felizes.
A nossa felicidade é associada a coisas materiais que poderemos comprar. Vou dar um exemplo simples: talvez, você tenha um bom automóvel usado, mas que está em boas condições. As fábricas de automóveis, anualmente criam novos modelos, e hoje, existem diversas formas de financiamento, mesmo que seu automóvel possa ser utilizado por muito mais tempo, você é incentivado e bombardeado por propagandas bem estruturadas que estimulam o desejo em sua mente de trocar de automóvel.
Vivemos num mundo extremamente materialista, competitivo, sem valores cristãos. Estamos vivenciando uma crise mundial e uma recessão econômica sem precedentes em nosso Brasil, e que nos fazem refletir e nos compararmos com aqueles que estão em melhor situação econômica e social do que nós.
Pode ser que sua história de vida neste ano não foi muito boa, não foi como você desejava e esperava.
Talvez, você esteja aí triste, desempregado, ou, sem muitos recursos financeiros para comemorar o Natal. Pode ser que em seu coração, em sua mente, você esteja desanimado, chateado com sua situação e gostaria de ter mais recursos, mais dinheiro para poder se igualar com outras pessoas, com outras famílias mais abastadas nesta época. Talvez você pense que se tivesse recursos financeiros para fazer uma grande compra de Natal, em um supermercado, você pudesse ser mais feliz nesta época, ou, possa estar pensando, que se tivesse dinheiro suficiente para comprar sofisticados presentes em um shopping te dessem uma condição mais especial neste momento perante seus amigos e familiares.
Pense na importância desta cena do nascimento real de Jesus Cristo. Maria e José sem recursos, sem um local adequado, mas com a Paz e a Glória de Deus sendo manifestada no local simples onde estavam, com poucos recursos, sem um requintado banquete de Natal. Maria e José dependiam totalmente de Deus para os proteger, abrigar, alimentar, serem visitados naquele humilde local, naquela estrebaria, na Noite de Natal.
O que importa perante Deus, quer estejamos bem financeiramente, quer estejamos numa situação sem recursos materiais é a nossa gratidão e dependência diante do Criador.
Precisamos neste Natal, sermos gratos e humildes diante de Deus, termos as atitudes corretas, como Maria e José tiveram, entendendo a vontade de Deus para a vida deles, não se importaram com as circunstâncias difíceis que enfrentariam perante a sociedade de sua época e possibilitaram que o menino Deus pudesse nascer entre nós.
Reflita: Muito mais importante do que sua Ceia (o que você irá beber, comer), ou presentes que irá dar ou receber neste Natal é você ter o seu coração depositado nas mãos do Criador do Universo. Receba a Paz do menino Jesus em seu coração, tenha uma atitude simples de gratidão, humildade e dependência de Deus. Talvez você não tenha tudo o que desejaria ter neste Natal, mas, certamente, você possa fazer alguém feliz neste dia especial, talvez, alguém em situação de pobreza absoluta, sem condições de até comer uma refeição nesta data. Ofereça o amor de Jesus de forma prática para alguma família necessitada neste dia especial:- fale de Jesus, ajude alguém com alimentos, roupas, calçados, brinquedos para crianças, compartilhe o amor de Deus. Feliz Natal!
Pr. Luiz Francisco Contri
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