O DESERTO

 Muitos justificam as situações difíceis e de deserto porque passam nesta existência como algo bom que Deus nos dá para nosso crescimento espiritual. Certamente, se estivermos conectados com Deus enfrentaremos situações ruins, como as situações que sentimos que nada está dando certo em nossas vidas, com mais coragem e determinação, porque não estamos sozinhos.

Porém, afirmar que o deserto é algo bom, é ir na contramão do bom senso e da racionalidade. Se olharmos para a história de Israel, veremos que Deus permitiu o deserto para o povo de Israel, por causa da sua incredulidade. Lá Deus proveu o maná no deserto, mas este alimento diário, provisionado por Deus, não deve ser entendido como a provisão ideal de Deus para aquele povo. Quando eles entraram na Terra Prometida, acabou o maná, e eles tiveram que semear e colher para poderem sobreviver.

Deus espera de nós, nesta existência, uma vida de fé, baseada em suas promessas descritas de forma detalhada na Bíblia. As histórias bíblicas são fatos e eventos reais que nos ajudam a caminhar nesta existência, a superar barreiras, vendo os exemplos do passado, podemos entender no presente que o Deus que seguimos é o mesmo, e este Deus deseja que sejamos felizes nesta existência, o seguindo, obedecendo sua Palavra, crendo nas suas promessas.

Como cristãos, não podemos viver de forma reativa, sem planejamento, aceitando as calamidades, crises em nossa vida, como algo bom, ou mesmo, vivermos sempre desta forma.

Viver pela fé, não significa, viver de forma desorganizada, ou sem planejamento.

Devemos viver pela fé nas promessas de Deus e crer que os momentos ou circunstâncias de deserto irão passar e devemos de forma ativa, dependendo de Deus, lutarmos para sair destes momentos.

O povo de Israel quando chegou na Terra Prometida parou de depender do maná e tiveram que se planejar, preparar a terra, semear no tempo certo, para depois colher. Criam em Deus, porém, esta fé exigiu também que eles trabalhassem para poderem colher e não ficassem esperando pelo milagre do Criador, sem fazer nada.

O profeta Isaías nos ensina que: “Esqueçam o que se foi; não vivam no passado.
Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não o percebem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo.
Os animais do campo me honrarão, os chacais e as corujas, porque fornecerei água no deserto e riachos no ermo, para dar de beber a meu povo, meu escolhido,
ao povo que formei para mim mesmo a fim de que proclamasse o meu louvor”.
Isaías 43:18-21

Isaías se referia historicamente a libertação de Israel do cativeiro Babilônico, dos momentos de deserto e escravidão que aquele povo viveu longe de sua terra, porém, profeticamente, nos apresenta a redenção que Jesus Cristo nos proporciona.

Em Cristo e com Cristo, nunca mais teremos falta da água viva. Riachos serão aberto no deserto para o seu povo, o povo escolhido.

Hoje, em Jesus, somos o povo escolhido por Deus, caminhando com o Mestre, não teremos falta da água viva que transforma situações difíceis de deserto. Deus deseja que em Cristo, caminhemos pela fé, uma fé ativa que viva a experiência diária de uma comunhão real em oração com o Criador, que leia sua Palavra, que também trabalhe, semeie e espere os frutos do que foi plantado, e não apenas fique esperando a provisão de Deus no deserto.

Reflita: Eu me conformo com o deserto ou eu creio pela fé que Deus irá mudar minha situação, tendo comunhão com Ele, dependendo Dele, buscando alternativas para sair da crise.

Pr. Luiz Francisco Contri